BIOGRAFIA
José Lins do Rego Cavalcanti (Pilar, 3 de julho de 1901 — Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1957) nasceu no Engenho Corredor, município paraibano de Pilar, filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti. Desde a infância, já trazia consigo outras raízes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de geração em geração por outros homens e mulheres sempre ligados ao mundo rural do Nordeste açucareiro, às senzalas e aos negros rebanhos humanos que a foi formando.
Após passar sua infância no interior e ver de perto os engenhos de açúcar perderem espaço para as usinas, provocando muitas transformações sociais e econômicas, foi para João Pessoa, onde fez o curso secundário e depois, para Recife, onde matriculou-se, em 1920, na faculdade de Direito. Formou-se em 1923. Ingressou no Ministério Público como promotor em Manhuaçu, em 1925, onde entretanto não se demorou. Casado em 1924 com d. Filomena (Naná) Masa Lins do Rego, transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de bancos, até 1930, e fiscal de consumo, de
O mundo rural do Nordeste, com as fazendas, as senzalas e os engenhos, serviu de inspiração para a obra do autor, que publicou seu primeiro livro - Menino de engenho - em 1932.
Como em 1926, decidiu deixar para trás o trabalho como promotor público no interior de Minas Gerais e transferiu-se para Maceió, Alagoas, lá conviveu com um grupo de escritores muito especial: Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, o poeta Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda, que se tornariam seus amigos para sempre. Convivendo neste ambiente tão criativo, escreveu os romances Doidinho (1933) e Bangüe (1934). Daí em diante a obra de Zélins, como era chamado, se expandiu: publicou romances, um volume de memórias, livros de viagem, de conferências e de crônicas. E Histórias da Velha Totônia, seu único livro para o público infanto-juvenil, lançado em 1936.
Em 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro. Homem atuante, participava ativamente da vida cultural de seu tempo. Gostava de conversar e era apaixonado por futebol, ou melhor, pelo Flamengo. Seus livros são adaptados para o cinema e traduzidos na Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos, Itália, entre outros países. Em meados dos anos 50, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Em 1957, o Brasil perdia um de seus grandes escritores.
A obra de Zé Lins caracteriza-se, particularmente, pelo extraordinário poder de descrição. Reproduz no texto a linguagem do eito, da bagaceira, do nordestino, tornando-o no mais legítimo representante da literatura regional nordestina.
Obras
* Menino de engenho (1932)
* Doidinho (1933)
* Bangüê (1934)
* O moleque Ricardo (1935)
* Usina (1936)
* Pureza (1937)
* Pedra bonita (1938)
* Riacho doce (1939)
* Água-mãe (1941)
* Fogo morto (1943)
* Eurídice (1947)
* Cangaceiros (1953)
* Meus verdes anos (1953)
* Histórias da velha Totonha (1936)
* Gordos e magros (1942)
* Poesia e vida (1945)
* Homens, seres e coisas (1952)
* A casa e o homem (1954)
* Presença do Nordeste na literatura brasileira (1957)
* O vulcão e a fonte (1958)
* Dias idos e vividos (1981)
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