segunda-feira, 14 de julho de 2008

Biografia de José Lins do Rego


BIOGRAFIA

José Lins do Rego Cavalcanti (Pilar, 3 de julho de 1901 — Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1957) nasceu no Engenho Corredor, município paraibano de Pilar, filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti. Desde a infância, já trazia consigo outras raízes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de geração em geração por outros homens e mulheres sempre ligados ao mundo rural do Nordeste açucareiro, às senzalas e aos negros rebanhos humanos que a foi formando.

Após passar sua infância no interior e ver de perto os engenhos de açúcar perderem espaço para as usinas, provocando muitas transformações sociais e econômicas, foi para João Pessoa, onde fez o curso secundário e depois, para Recife, onde matriculou-se, em 1920, na faculdade de Direito. Formou-se em 1923. Ingressou no Ministério Público como promotor em Manhuaçu, em 1925, onde entretanto não se demorou. Casado em 1924 com d. Filomena (Naná) Masa Lins do Rego, transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de bancos, até 1930, e fiscal de consumo, de 1931 a 1935. Em Maceió, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco, Carlos Paurílio e outros. Ali publicou o seu primeiro livro, Menino de engenho (1932), chave de uma obra que se revelou de importância fundamental na história do moderno romance brasileiro. Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro mereceu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1933, publicou Doidinho, o segundo livro do "Ciclo da Cana-de-Açúcar".

O mundo rural do Nordeste, com as fazendas, as senzalas e os engenhos, serviu de inspiração para a obra do autor, que publicou seu primeiro livro - Menino de engenho - em 1932.

Como em 1926, decidiu deixar para trás o trabalho como promotor público no interior de Minas Gerais e transferiu-se para Maceió, Alagoas, lá conviveu com um grupo de escritores muito especial: Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, o poeta Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda, que se tornariam seus amigos para sempre. Convivendo neste ambiente tão criativo, escreveu os romances Doidinho (1933) e Bangüe (1934). Daí em diante a obra de Zélins, como era chamado, se expandiu: publicou romances, um volume de memórias, livros de viagem, de conferências e de crônicas. E Histórias da Velha Totônia, seu único livro para o público infanto-juvenil, lançado em 1936.

Em 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro. Homem atuante, participava ativamente da vida cultural de seu tempo. Gostava de conversar e era apaixonado por futebol, ou melhor, pelo Flamengo. Seus livros são adaptados para o cinema e traduzidos na Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos, Itália, entre outros países. Em meados dos anos 50, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Em 1957, o Brasil perdia um de seus grandes escritores.

A obra de Zé Lins caracteriza-se, particularmente, pelo extraordinário poder de descrição. Reproduz no texto a linguagem do eito, da bagaceira, do nordestino, tornando-o no mais legítimo representante da literatura regional nordestina.

Obras

* Menino de engenho (1932)

* Doidinho (1933)

* Bangüê (1934)

* O moleque Ricardo (1935)

* Usina (1936)

* Pureza (1937)

* Pedra bonita (1938)

* Riacho doce (1939)

* Água-mãe (1941)

* Fogo morto (1943)

* Eurídice (1947)

* Cangaceiros (1953)

* Meus verdes anos (1953)

* Histórias da velha Totonha (1936)

* Gordos e magros (1942)

* Poesia e vida (1945)

* Homens, seres e coisas (1952)

* A casa e o homem (1954)

* Presença do Nordeste na literatura brasileira (1957)

* O vulcão e a fonte (1958)

* Dias idos e vividos (1981)

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